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Projetos Educativos

Além da minha prática artística, dedico-me à partilha de conhecimento, desenvolvendo projetos pedagógicos que atravessam diferentes áreas das artes performativas e audiovisuais.

 

Tenho conduzido workshops e masterclasses em várias instituições explorando temas como a relação entre corpo e som, a improvisação como ferramenta criativa e a experimentação audiovisual.

O meu compromisso com a educação artística reflete a crença de que a arte é um espaço de questionamento e transformação, estimulando novas formas de pensar e criar. Através da formação, procuro não apenas transmitir conhecimento técnico, mas também cultivar uma sensibilidade crítica e expandir as expressões dos participantes.

Cartografias do Invisível 
facilitador  
In Impetus - Escola de Actores  2025

Durante a Residência Artística de Inverno da In Impetus, na Moita, propus o workshop Cartografias do Invisível, um laboratório prático focado na relação entre corpo, espaço e objeto. A investigação assentou na improvisação e na criação em tempo real, explorando a escuta como motor de ação e composição.

 

Trabalhámos num espaço interior marcado por elementos naturalistas, onde desafiei os participantes a ativar a presença do corpo em diálogo com dois objetos quotidianos — um sofá e um telefone. Mais do que objetos cénicos, interessava-me o seu potencial expressivo, afetivo e simbólico no encontro com o corpo em movimento.

 

Utilizei o som como elemento indutor — não ilustrativo, mas provocador —, criando atmosferas e dinâmicas que serviram de estímulo direto à improvisação dos intérpretes. As variações sonoras criaram camadas de escuta e resposta, expandindo o vocabulário do gesto e o foco da atenção.

 

O vídeo que resulta deste processo não pretende documentar a experiência, mas prolongá-la. É uma composição aberta, construída a partir de fragmentos do trabalho desenvolvido, onde o gesto, o silêncio e a escuta desenham pequenas cartografias do presente — mapas do que não se vê, mas se sente entre o corpo, o som e o espaço.

Professor de Videodança 
Professor  
Escola Superior de Dança  2023

A minha relação com a videodança nasce da interseção entre o corpo, a câmara e a ideia de composição em tempo e espaço. Tenho explorado este território em criações autorais e colaborações artísticas, onde o movimento é visto tanto pelo olhar coreográfico como cinematográfico.

 

Lecionei a disciplina de Videodança na Escola Superior de Dança, num formato pensado especificamente para intérpretes. Os alunos foram convidados a assumir o papel de realizadores: primeiro criaram trabalhos individuais, explorando o enquadramento, a edição e a relação entre corpo e câmara; depois, desenvolveram projetos em grupo, aprofundando a composição colaborativa. A prática, a experimentação e a descoberta de uma linguagem pessoal estiveram sempre no centro do processo.

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Performance Electroacústica Comunitária
facilitador  
Projecto DME 2023

A Performance Electroacústica Comunitária é um projeto que concebi e desenvolvi em colaboração com Yola Pinto e a equipa DME, com o objetivo de criar um espaço de encontro entre arte e terapia, promovendo a empatia, a escuta e a acessibilidade à prática artística através da construção de um processo coletivo.

 

Durante várias semanas, trabalhei em residência artística com os companheiros da Casa de Santa Isabel — uma comunidade terapêutica em São Romão que acolhe adolescentes e adultos com necessidades especiais. Em paralelo, os alunos do Conservatório de Música de Seia, oriundos dos pólos de Seia, Oliveira do Hospital, Gouveia e Nelas, foram acompanhados pela equipa DME, desenvolvendo trabalho musical em articulação com os temas e gestos emergentes da residência.

 

O projeto culminou numa apresentação pública no dia 28 de julho de 2023, na Casa de Santa Isabel. O que se apresentou nesse dia foi o resultado de três residências intensivas e de um processo artístico que procurou criar ligações verdadeiras entre pessoas muito diferentes, através do som, do corpo e da presença.

Workshop "O Cinema Nunca foi Mudo"
facilitador  
Village Underground/ Skoola 2023

Em colaboração com o músico Filipe Sousa, concebi e dirigi o workshop O Cinema Nunca Foi Mudo, partindo da premissa de que o cinema nasceu sem som, mas nunca em silêncio — a imagem em movimento sempre procurou comunicar, contar histórias, sugerir atmosferas.

 

Ao longo de uma semana, explorámos com os participantes ferramentas fundamentais do trabalho do ator no universo do cinema mudo: a linguagem corporal, a expressividade facial, a construção de personagem e, em paralelo, os processos de criação musical e sonora para filme.

 

Trabalhámos num ambiente colaborativo, onde a partilha de ideias foi central e onde não se exigia experiência prévia — apenas curiosidade, disponibilidade e vontade de criar em grupo. O processo culminou com a apresentação pública de pequenos exercícios desenvolvidos durante o workshop, resultado do encontro entre corpo, som e imagem.

2222
facilitador  
Teatro Viriato / Projeto DME / Village Underground 2021-2022

E se o futuro fosse um palco?

 

Em Moimenta da Beira, Seia e Lisboa, partimos de uma pergunta: como será o mundo em 2222? A resposta não era o objetivo. Interessa-nos o percurso, o acto de imaginar, o risco de pensar para além do agora.

 

Cada grupo criou a sua visão de futuro — singular, inacabada, inventada. O processo foi tanto construção como desconstrução: uma coreografia de ideias, um laboratório de ficções. Pensámos o tempo que há de vir como matéria cénica, como provocação, como impulso criativo.

 

O espetáculo nasce dessa tensão: entre o que conhecemos e o que podemos projetar.

2222 é apenas um número. Um lugar vago. Uma desculpa para inventar realidades e repensar o presente com outros olhos.

Corpo Futuro
facilitador  
Intruso- associação cultural, Viseu 2022 

Corpo Futuro é um projeto da Intruso - Associação Cultural que promove a inclusão de pessoas em situação de isolamento social através da arte. Este projeto multidisciplinar, alia as áreas da dança contemporânea, do vídeo, do som e da luz para a cocriação em tempo real de uma peça performativa.

 

coordenação Romulus Neagu

facilitadores Romulus Neagu (dança) | Tomás Pereira (vídeo) | Nuno Veiga (som) | Cristóvão Cunha (luz)

participantes Tetyana Borshcheroska | Bruno Consciência | Maria Francisca Gama | João Marques | Eduardo Mata | João Ferrari | Juliana Ribeiro | Nuno Augusto | Sara Almeida | Diogo Peres | Sara Pereira | Laura Gomes | Carolina Rodrigues | Iván Romero

realização do making off Tomás Pereira

Projeto em parceria com a AVISPT21 - Associação de Viseu de Portadores de Trissomia 21, Escola Superior de Educação de Viseu/ Instituto Politécnico de Viseu Apoio do Município de Viseu

Projeto financiado pela República Portuguesa - Cultura / Direção Geral das Artes

Oficina Teatro Lisboa
formador  
 Casa do Artista, Lisboa 2022

Fui desafiado pelas Oficinas Teatro Lisboa a criar e orientar um Laboratório Teatral. Ao longo de quatro semanas, propus aos participantes um mergulho progressivo no trabalho do ator, começando por exercícios de desinibição, improvisação e jogos de confiança, e avançando para a criação e montagem de uma performance final, apresentada no último dia da formação.

 

Concebi esta ação como um percurso completo e intensivo, pensado para quem deseja aprofundar, redescobrir ou simplesmente entrar nos bastidores do “fazer teatro”, a partir da minha experiência enquanto artista multidisciplinar.

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The Playground Rambert 
facilitador  
Rambert Dance Company, Londres 2019 

Inspirado pelas maratonas de dança norte-americanas das décadas de 1920 e 1930 — competições de resistência onde casais dançavam por dias, semanas ou até meses — conduzi um workshop que propôs uma versão contemporânea e fictícia deste fenómeno, centrada na improvisação.

 

Durante a sessão, os participantes foram desafiados por uma série de tarefas improvisadas que estimularam a criação espontânea de personagens, cenas e material de movimento. A improvisação funcionou como o motor do processo, permitindo que o corpo e a imaginação explorassem a resistência física e emocional em tempo real.

 

Acompanhado musicalmente por mim e com a colaboração do ator George Sienna como MC, o workshop culminou numa apresentação que fundiu dança, teatro e performance, reinventando a maratona de dança para o presente através do improviso coletivo.

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Spare Tyre
artista associado  
Londres 2016-2019 

Fui Artista Associado da Spare Tyre, uma companhia de referência no Reino Unido no campo das artes participativas, entre 2016 e 2019. Durante este período, estive envolvido em numerosos projetos, facilitando processos criativos com diversos grupos — adultos com dificuldades de aprendizagem, pessoas com demência, idosos e comunidades em situação de vulnerabilidade social.

 

Para além de colaborar como Sound Designer e Videasta em várias produções, dirigi durante um ano o projeto Suspicious Minds, desenvolvido em parceria com a Lambeth Mencap. Este trabalho destacou-se pelo foco na inclusão e na construção de identidade, através de processos artísticos coletivos e colaborativos.

 

A abordagem inovadora e inclusiva da Spare Tyre, que coloca a arte ao serviço da comunidade e da justiça social, influenciou profundamente a minha prática, reforçando o papel da arte como ferramenta de intervenção e transformação social.

Romeu e Julieta
professor de inglês como segunda língua  
Teatro da Trindade, Lisboa 2021 

Durante os três anos em que trabalhei na Norwood School, uma escola secundária especializada em artes performativas, tive a oportunidade de desenvolver vários projetos com os alunos, integrando o ensino de línguas com práticas artísticas. Comecei como Teaching Assistant, apoiando alunos cujo inglês não era a língua materna, e mais tarde assumi a função de professor de português como língua estrangeira.

 

Um dos projetos que mais marcou esta fase foi uma adaptação de Romeu e Julieta, onde os alunos foram convidados a redescrever o guião da famosa adaptação cinematográfica de 1968, realizada por Franco Zeffirelli. Depois, deram voz ao filme, numa experiência que combinou escrita criativa, interpretação e mediação audiovisual, promovendo uma relação ativa e profunda com a linguagem, a narrativa e a expressão artística.

 

Este percurso no Reino Unido, entre o ensino e a mediação cultural, abriu caminho para a minha atual função como mediador linguístico em Portugal, onde continuo a trabalhar na interseção entre língua, cultura e arte. Acredito que a mediação e a criação artística são ferramentas essenciais para promover a inclusão, o diálogo e o desenvolvimento pessoal e coletivo.

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Oficina de Performance (sub18) 
facilitador  
Carmo 81, Viseu 2015 

Durante três dias, propus uma oficina que nasceu de uma pergunta simples, mas fundamental: o que é Performance?

 

Guiámo-nos pela descoberta e pela experimentação, explorando os territórios onde a performance encontra as novas tecnologias. Incorporámos dispositivos interativos criados por Filipe Pais, frutos da sua residência artística na Galeria Saguão, que serviram como pontes entre o corpo, o gesto e o digital. Mas para além dos aparelhos, construímos juntos um processo coletivo de pesquisa, onde questionámos e testámos como estas ferramentas tecnológicas podem ser usadas não só para criar sentido, mas também para arquivar o efémero da ação performativa.

 

Este encontro entre corpo, tecnologia e memória foi cuidadosamente organizado e produzido pela Acrítica Cooperativa, que partilhou comigo o compromisso de fazer da performance um espaço vivo e em constante transformação.

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Luzlunar
facilitador  
Associação Luzlinar, Feital 2010 

Juntamente com a Dora Bernardo, dirigi a primeira Residência de Artes Performativas da Associação Luzlinar, realizada durante uma semana no Feital, na região da Guarda. A residência contou com a participação maioritariamente de jovens estudantes de escolas superiores de ensino artístico.

 

O local, inserido numa paisagem natural, funcionou como cenário do trabalho desenvolvido, proporcionando um contexto específico para a experimentação artística. A residência foi concebida como um espaço aberto, sem diretrizes formais pré-estabelecidas, onde os participantes foram desafiados a ultrapassar barreiras e a explorar a sua criatividade de forma descomplicada, cruzando diversas linguagens artísticas.

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Balleteatro Escola Profissional
Professor de Interpretação  
Porto 2008-2010 

Fui docente da disciplina de Interpretação no curso de Teatro da Escola Profissional Balleteatro entre 2008 e 2010. Durante este período, tive a responsabilidade de acompanhar o desenvolvimento técnico e artístico dos alunos, promovendo uma aprendizagem que integrava tanto o domínio dos fundamentos da interpretação como a exploração das diversas linguagens cénicas.

 

O meu trabalho centrou-se em estimular a expressividade, a presença cénica e a compreensão crítica dos textos, preparando os alunos para os desafios do palco e do processo criativo. Procurei criar um ambiente de ensino colaborativo, onde os estudantes pudessem experimentar diferentes abordagens interpretativas, potenciando o seu crescimento pessoal e artístico.

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Oficinas Descobrir Gil Vicente
facilitador  
Teatro Nacional S. João, Porto 2007 

O actor, encenador, pedagogo e especialista vicentino Osório Mateus afirmava que “o trabalho filológico [sobre Gil Vicente] não cabe todo no gesto dos olhos que lêem ou das mãos que escrevem e precisa de bocas que falem”. E acrescentava que a mais produtiva das leituras é “a profissão directa por corpos vivos”. Iniciadas nos primeiros dias do ano, as Oficinas Descobrir Gil Vicente – três workshops destinados a jovens estudantes e professores – proporcionaram uma abordagem à obra do dramaturgo português, privilegiando precisamente a utilização do corpo, da voz, do espaço e da criatividade como ferramentas de exploração do universo vicentino. Dirigidas pelo actor Nuno Veiga, as Oficinas

destinadas a jovens estudantes do ensino secundário, a adultos e a professores, proporcionando uma abordagem prática e teórica ao universo vicentino. (com o apoio dramatúrgico de José Alberto Ferreira).

Estas oficinas culminaram com a apresentação pública de exercícios cénicos realizados e interpretados pelos seus participantes.

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